quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Brazilian Guitar Fuzz Bananas

(sem nuvens) Ontem estava dando aquela olhada diária no jornal e me deparei com uma matéria que me deixou interessado em saber o resultado da obra. O título da matéria era: "Coletânea reúne faixas dos primórdios lisérgicos do rock brasileiro".
Tentei procurar no cérebro alguma banda brazuca que poderia se encaixar aí. "Casa Das Máquinas? Mutantes não vale. Um amigo me falou de uma banda, mas... esqueci o nome. Hmmm, vamos ver esse negócio."
Assim como acontece com os "verdadeiros" grandes músicos brasileiros como o Mutantes citado, Tom Zé ou Villa Lobos, só lá fora alguém dá atenção, se impressiona e a primeira cousa que faz é editar e gravar um disco que, no final, terá grande repercussão, matérias positivas e, aí sim, vem pro Brasil. Aconteceu novamente.
O brasileiro Joel Stone, que vive em Nova Iorque e tem um sebo com o ótimo nome de Tropicália In Furs ("The best record shop on Earth", diz o sítio ou "Não há em nenhum lugar no mundo onde você pode encontrar gravações como aquelas", nas palavras do DJ Egon) acabou de montar uma coletânea que é a mais impressionante que já ouvi, juro! O nome é esse que está no título acima (Brazilian Guitar Fuzz Bananas: Tropicalista Psychedelic Masterpieces, 1967 - 1976) . Felicidade pura.
São 16 músicas louquíssimas, totalmente desconhecidas da maioria dos seres vivos. O cara fez um verdadeiro garimpo que nem Indiana Jones teria chegado perto.
Assim, conhecido, apenas o "comedor da Janis" Serguei com a música "Ouriço" ("Esse bicho é muito louco e quer me morder", canta). De resto, mas não menor que esse figura do r'n'r: Fábio, Celio Balona, Tony E O Som Colorido, The Pops, Marisa Rossi e assim vai.
Lisergia até no nome: "Lindo Sonho Delirante", "Som Imaginário de Jimi Hendrix", "Vou Sair Do Cativeiro", "As Turbinas Estão Ligadas", "Que é isso?"...
E mais. O CD simples ou vinil duplo vem com um livro colorido em inglês e português, pôster em três dimensões acompanhado do óculos e mais um vídeo com comentários. Desde que ouvi, sonho em ter esse trabalho físico em minhas mãos.
Concordo com o que disse Marcus Preto na matéria: "o material é uma espécie de elo perdido da nossa história musical."
Bacana também outra matéria no blógue Sedativo, de André Mansur sobre o encontro de Joel e o cantor Fábio (que canta "Lindo Sonho Delirante") no sebo do Rio de Janeiro, Baratos da Ribeiro que promove o Clube do Vinil.
Se você leu até aqui e se empolgou vendo os linques, duvido que não esteja tremendo de vontade de conhecer esse pusta trabalho de bandas nacionais fantásticas e obscuras e que, infelizmente - apesar de ser um brasileiro o seu idealizador - saiu primeiro lá fora.

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